A função da doença para o corpo e nossa família.
Se olharmos a psicossomática percebemos que todos nossos sentimentos têm uma função, e cada função estabelece uma tarefa em nosso corpo. Porém, quando estas funções estão desequilibradas, nosso corpo sofre e então se instala uma doença.
Muitas vezes, o excesso ou falta de determinado sentimento nos faz desequilibrar ou sofrer, e essa doença chega para nos alertar onde devemos executar a melhoria, para assim curar. Nosso corpo interage através de sistemas que juntos trabalham para a melhoria constante. Então a elaboração de uma doença no sistema psíquico é uma forma do corpo tentar parar esse vício sentimental e assim recomeçar em um novo comportamento. Mas, em minha experiência, percebo que muitos ainda não se conectaram com o seu corpo deixando esse aspecto de lado e assim instaurando uma dor que pode até virar crônica. Um exemplo de nosso cotidiano é a gastrite. Percebemos que muitas vezes são pessoas com excesso de ansiedade que não deixam processar assuntos importantes. Logo, seu estômago – onde realiza essa função – começa um diálogo para que essa ansiedade seja vista. Da mesma forma, pessoas que são extremamente rígidas têm muitas dores de cabeça, já que sua flexibilidade com a vida é pouca, e muitos tendões inflamam em sua coluna não deixando o fluxo de sangue passar.
E realmente isso não é nada novo. Quando falamos da medicina chinesa, eles já usavam essas estruturas há milhares de anos.
Onde quero chegar? Quero mostrar que nossa função sistêmica familiar é bem parecida, porém com diferenças peculiares.
Bert Hellinger nos mostra que nossa alma não é individual, e sim familiar, coletiva, como Jung já nos ensinava com o conceito psicológico do inconsciente coletivo. Pensando desta maneira, o nosso corpo é nossa família, pertencemos a um corpo familiar, ou, como costumo chamar, um Corpo Ancestral.
E quando estamos falando de uma doença individual, nada mais é que um desequilíbrio nesse corpo ancestral. Algo que pode ser herdado de algum trauma dentro da nossa família. Então você me pergunta, qual a função da doença na família? Muitas vezes, é a de compensar ou trazer uma nova consciência para nosso sistema. Quando uma pessoa está ligada a uma doença, sua alma se coloca disposta a resolver esse assunto para que outros fiquem livres e assim busquem uma nova forma de se relacionar. Essa também é uma forma de amar.
Diferente da forma convencional de associação para análise, a doença sistêmica pode ter um vínculo muito diferente.
Algumas vezes estamos falando de desequilíbrios que causaram grande impacto na história de nossa família. Roubos, assassinatos, segredos ou mesmo uma separação abrupta.
“A doença, a alma, o eu.
Quando uma família de origem de um cliente aconteceu algo que tem efeito em seu corpo e leva a doenças ou causa ou condiciona, a alma também entra em jogo, mas de uma forma singular. Na verdade, a alma segue o amor. Bem no fundo a alma, atua no amor. Atuação dessa alma e desse amor é frequentemente sobreposta e reprimida pelo eu.
Alguns entendem a psicossomática, portanto, as tentativas de cura tanto ao nível do corpo quanto ao da alma, não como uma harmonia de alma e corpo, mas do eu e do corpo. Algumas pessoas querem encontrar a cura na medida em que tratam o psíquico com um medicamento que ainda de da adicionalmente a outros medicamentos para, assim, conseguir a cura. Mas isso não faz jus a alma.
Algumas vezes a alma quer ficar doente, mesmo que o eu tenha decidido por outra coisa…” (Bert Hellinger, em “A fonte não precisa perguntar pelo caminho “, pág. 47)
Quero mostrar aqui que muitas doenças podem ser vistas e melhoradas no plano da constelação. É claro que quando falamos de doenças crônicas ou aquelas que estão profundamente ativas não podemos desconsiderar seu tratamento ou a medicina convencional. Porém, quando conseguimos encontrar o alívio para a alma essas doenças, muitas vezes, tornam-se sua própria cura.
Um novo relacionamento se estabelece trazendo um novo significado, isso traz dignidade e força para esse destino.