Todos sentimos que nossa mãe tem um papel importante em nossa vida, e que nossa relação com ela determina inúmeros processos psíquicos conscientes e inconscientes. O pensamento sistêmico também traz um lugar importante para o papel do pai e da mãe.
Essa interação se projeta revelando como nos “relacionamos” com inúmeros processos em nossas vidas, quais sejam, a estima, a confiança, a saúde, e até mesmo nossa prosperidade e dinheiro.
O elo que construímos com nossa mãe é 0 mesmo que vamos construir com a vida. Esse registro vai além de nossas memórias. Quero dizer que esse elo não começa com as lembranças que carregamos ou com as que provém das fotos de nossa infância.
O primeiro critério de pertencimento começa na gravidez, com nossa gestação.
No processo da Constelação conseguimos perceber que na biografia da pessoa seu elo com a mãe foi bem construído, e tomar sua mãe como ela é não é algo difícil. Porém, percebemos que ainda existem fatores que podem se revelar nesta situação, como os que ocorreram no momento de nossa gestação.
Ouvi uma vez a frase “quando um casal está grávido, uma sociedade esta grávida”. Nossa sociedade tem o dever de respeitar e apoiar uma grávida em qualquer situação.
Essa frase demonstra a preocupação no processo gestacional, onde, se queremos boas crianças, devemos ter boas mães neste processo.
No caso da constelação familiar conseguimos identificar e trabalhar os traumas gerados no processo gestacional e na chegada desta criança na terra.
Em meu trabalho com as Constelações familiares tive a oportunidade de ver que as crianças que viveram algum tipo de trauma na gestação são crianças que vivem divididas entre os mundos do inconsciente e consciente, entre a vida e morte. Trazendo uma hipersensibilidade e melancolia, deixando de se conectar inteira na vida.
O sentimento de confiança em si mesma é inteiramente abalado.
Tudo isso porque na fase gestacional a mãe e o feto estão ligados em um único corpo, e todas as sensações e sentimentos são integrados.
Existem inúmeras pesquisas que comprovam esses gatilhos emocionais e o desenvolvimento da criança.
Portanto, a constelação familiar pode nos ajudar a tomar a nossa gestação e nossa chegada a este mundo.
Além desse momento, o próprio Bert trabalhou muito com movimento primário interrompido, que se refere aos traumas da primeira infância.